
Com boa margem de lucro e na rota de interesses do consumidor, os snacks proteicos estão gerando boas oportunidades de venda para o varejo. Conforme levantamento do Euromonitor International, o segmento tem uma taxa de crescimento de 100% ao ano no Brasil. Esse desempenho supera o cenário internacional, cuja taxa de crescimento é de 60%.
“Esses produtos possuem alto valor agregado, pois aliam funcionalidade e sabor, uma ótima combinação para melhorar as margens. Como possuem uma ligação direta ao estilo de vida e busca por saúde, acabam tendo um poder de fidelização maior”, avalia o gerente de marketing da Vigor Raphael Cumplido em entrevista à S.A. Mais Varejo.
Um estudo de 2019 da consultoria Deloitte já apontava para o fortalecimento no setor na década passada. Somente em 2018, a categoria de proteicos, com destaque para os snacks proteicos, representava um faturamento de R$ 22 bilhões para o mercado brasileiro.
Em análise recente, a Euromonitor previu que somente o mercado de snacks proteicos cresça 26% até 2026. A estimativa acompanha a tendência do setor de indulgentes, cada vez mais presente nos hábitos dos consumidores, com destaque para as opções consideradas mais saudáveis.
Quem é o consumidor de snacks proteicos?
Conforme o estudo da Deloitte, o consumo de snacks proteicos não está mais restrito ao universo dos frequentadores de academia. Embora ainda estejam muito associadas ao chamado “mundo fitness”, as barrinhas, enriquecidas com fibras e proteínas e com baixo teor de gordura e açúcar, agora estão no orçamento de quem busca aliar saúde e praticidade.
Em 31% dos casos, o consumo é considerado um complemento da refeição. Há ainda quem consuma pelo prazer pessoal (12%) e os que utilizam os snacks proteicos nas situações em que não é possível fazer imediatamente uma refeição (8%).
A Deloitte também constatou que 46% do consumo de snacks proteicos é feito fora do lar. Além do mais, 77% dos compradores se alimentam desse item entre as refeições.
O que está em alta no setor de snacks proteicos
Para garantir boa adesão por parte dos clientes, é importante ter atenção com o que está em alta no setor de snacks proteicos. O produto evoluiu tanto em performance quanto em textura e sabor. Portanto, não se restringe somente às tradicionais barrinhas de morango e chocolate. O cliente da atualidade busca algo mais na compra, embora o sabor permaneça como primeiro critério.
“Duas principais categorias de crescimento do setor são as proteínas e os aminoácidos, em especial a creatina. Os produtos prontos para consumo, como barrinhas de proteína, snacks saudáveis e bebidas proteicas, também foram responsáveis pelo impulsionamento das vendas, seguindo a tendência do mercado que busca rapidez, praticidade e saudabilidade”, observa o presidente da Brasnutri, Synésio Batista da Costa, em entrevista à Food Connection.
O mix inclui sabores e blends diversos, especialmente quando se trata de snacks proteicos à base de whey protein, que é uma proteína isolada do soro do leite. Esse é um dos suplementos mais famosos, especialmente entre aqueles que praticam atividades físicas, mas que já possui adeptos fora dessa realidade.
O mercado de plant-based também tem produtos nessa linha e compõe o interesse do consumidor. Afinal, o número de vegetarianos e veganos vem crescendo no país e mesmo quem se alimenta de produtos de origem animal busca incluir mais vegetais, frutas e legumes nas refeições.
Como vender melhor snacks proteicos
Na hora de apresentar os snacks proteicos ao consumidor, o varejista pode adotar algumas estratégias para aumentar a visibilidade. Como o produto faz parte do segmento de indulgentes, as barrinhas devem estar dispostas nessa área, mas dando-se destaque para suas características saudáveis.
Recomenda-se ainda que se organize o produto do mais caro para o mais barato. E um cuidado essencial é deixar a exposição bem organizada e com critérios claros de seleção. Não adianta sobrecarregar as prateleiras com marcas e oferecer uma variedade muito grande, pois o consumidor pode se confundir e a dúvida levar à desistência de compra.
O consumidor de snacks proteicos tende a olhar mais as vantagens do produto do que o preço. Portanto, priorize marcas com boa qualidade e que tenham versões de entrada, com preços mais populares, para aquele cliente que está começando a se interessar pelo segmento.
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