
A Páscoa 2023 cai no dia 9 de abril, mas, antes mesmo do Carnaval começar, supermercados de todo país já tinham iniciado o abastecimento de prateleiras com os tradicionais ovos de chocolate. Para driblar o menor poder de compra do brasileiro, o varejo encontrou na antecipação das vendas uma importante estratégia para alavancar o consumo em uma das datas mais importantes para o setor.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), quase 8 mil postos de trabalho temporário foram abertos no país devido à data. Os empregos gerados atendem tanto a indústria quanto o comércio.
Os principais fabricantes de chocolates do país, entre os quais estão Nestlé e Garoto, estimam que o volume de vendas neste ano aumente em até 10%. No e-commerce, essas mesmas indústrias começaram a campanha pascal no final de janeiro.
Para se ter uma ideia da importância da data, a Americanas tratou de pagar os fabricantes à vista para garantir o estoque deste ano. A varejista tem na venda de ovos, barras e caixas de bombom 35% do faturamento de março e abril.
Desse modo, mesmo passando por um crise fiscal e econômica sem precedentes, a empresa aposta na Páscoa 2023 para se manter relevante diante dos consumidores.
Páscoa 2023 – Vantagens de se antecipar
Se a grana está curta para o consumidor, a tendência é que ele foque em produtos essenciais para o seu dia a dia. No entanto, pesquisas têm mostrado que o mercado de indulgentes, nos quais os chocolates se enquadram, está conquistando cada vez mais espaço no orçamento do brasileiro. Ou seja, há intenção, mas nem sempre condições consideradas ideais para se alcançar o desejo.
Portanto, ao antecipar as vendas, o varejista possibilita que o consumidor se planeje para aquela aquisição. Além disso, o varejista consegue negociar melhor os preços com os fornecedores e evitar a ruptura de estoque.
Em 2022, a média de indisponibilidade de produtos de Páscoa vendidos pelos fabricantes na internet foi de 28%, conforme a especialista em trade marketing digital, a Lett.
Outras tendências para a Páscoa 2023
A Páscoa 2023 também deve se caracterizar pelo aumento do interesse por versões mais saudáveis dos tradicionais ovos de chocolate. Seguindo uma tendência do setor de indulgentes, o consumidor pode demonstrar maior interesse por itens com percentuais reduzidos e até zerados de açúcar e gordura.
Isso sem falar em produtos que não tenham ingredientes de origem animal. E ainda aqueles que sejam mais ricos em fibras, proteínas e outros nutrientes.
Os itens com tamanhos reduzidos são outro atrativo. A Lett identificou que, no último ano, bombons e chocolates avulsos despertaram muito mais a atenção dos clientes do que barras de chocolate e ovos. Afinal, são guloseimas cujo valor pesam menos no bolso, mas podem se tornar bons presentes.
Bebidas, peixes, frutas e legumes são outros tipos de produtos que dividem a atenção no período. Em 2022, inclusive, chegaram a ser mais vendidos do que os chocolates em si, conforme apurou a Lett.
Leia também:
Varejo de material para construção cresce 2,5% e faturamento passa de R$ 200 bi
5 motivos para adotar DRE na gestão de um empreendimento
Conteúdo Relacionado

Caixas de bombons e ovos artesanais devem puxar vendas na Páscoa 2023
23.março
Um estudo da plataforma de dados do varejo Scanntech aponta que caixas de bombom devem puxar mais uma vez as vendas na Páscoa 2023. O levantamento mostra que o produto foi responsável por 34% do crescimento de chocolates registrado em 2022, quando o comércio de ovos de Páscoa caiu 18% em relação a 2021. O […]

Com a estratégia certa, Páscoa 2022 pode trazer fôlego ao varejo
22.fevereiro
Na próxima semana, começa o primeiro grande momento do ano para o varejo. É a sazão Páscoa 2022, que chega para movimentar o segmento em meio a um cenário econômico difícil. Contudo, adotar algumas estratégias pode trazer novo fôlego para o setor. Entre os executivos ouvidos pela SA Varejo, a exposição casada de produtos é […]

Vendas na Páscoa devem movimentar mais de R$ 2 bilhões no varejo
31.março
As vendas na Páscoa deste ano no comércio varejista devem ser de R$ 2,16 bilhões em produtos para a data. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Conforme a entidade, o volume comercializado deve ficar 1,9% acima do registrado em 2021. No entanto, o valor alcançado ainda ficaria […]