
O mercado de indulgentes está em alta. De acordo com pesquisa realizada neste ano pela multinacional de alimentos Archer Daniels Midland Company (ADM), 56% dos consumidores latino-americanos acreditam que apreciar guloseimas faz parte de uma dieta saudável. O estudo também mostra que, se esse produto trouxer algum benefício para a saúde, seu poder de atração aumenta.
Claro que os produtos indulgentes não se restringem a doces, balas e refrigerantes. Estão nessa categoria todos os itens que não são considerados essenciais para a alimentação ou sobrevivência, o que inclui aqueles de estética e pratos semiprontos.
Porém, a questão é que o cliente desse tipo de produto mudou e a indústria que o atende também. Com o consumidor cada vez mais preocupado com a saúde, a produção dos indulgentes tem passado por adaptações e o varejo precisa estar atento para acompanhar a tendência.
Tendências de mercado no mercado de indulgentes
Alguns exemplos de como a indústria tem se organizado para atender o consumidor estão nos refrigerantes, que já destacam terem um percentual de suco concentrado. Além disso, nos sucos de caixinha que substituem açúcar artificial pelo acréscimo de polpa de maçã. E tem ainda os esmaltes livres de metais e que não usam animais nos testes. Outro caso de adaptação é o de embalagens reduzidas.
Conforme a empresa de pesquisa de mercado Mintel, 71% das pessoas associam o consumo de alimentos e bebidas em pequenas quantidades a uma alimentação mais saudável. Na prática, elas tendem a preferir um pacotinho com três cookies a uma embalagem maior, mesmo que, proporcionalmente, o custo seja superior. A diferença está na sensação de menor consumo que a porção pequena oferece.
Portanto, o consumidor de agora entende que precisa de momentos que proporcionem bem-estar. Ou seja, estão em sintonia com o consumo de indulgentes. Mas a decisão segue o critério de mudança no estilo de vida.
Em entrevista, o vice-presidente global de marketing, saúde e bem-estar da ADM, June Lin, apontou cinco tendências no mercado de alimentos:
- os consumidores buscam melhorar sua saúde e bem-estar;
- se interessam por itens que beneficiem corpo e mente, dentro do conceito de abordagem holística;
- o consumidor se interessa por uma nutrição personalizada;
- aumentar a imunidade é um forte interesse, especialmente após dois anos de fortes restrições devido à pandemia de Covid-19;
- a indulgência deixa de ser simplesmente uma permissão para se render aos “pecados” da gula e do prazer; dessa forma, se torna uma indulgência proposital, onde se permitir consumir supérfluos é parte de uma vida saudável.
Como vender melhor os indulgentes
Com base nessas informações, o varejo pode aprimorar as estratégias para melhor apresentar esse segmento que ajuda a aumentar o ticket médio. Uma das mais tradicionais é a colocação de display com produtos indulgentes no checkout.
Para que esse recurso atraia o cliente, é preciso que os produtos estejam bem posicionados e organizados. Quando fixados na lateral do caixa, indo até o chão, recomenda-se priorizar os itens menores (e que podem ser consumidos em maior volume) na parte de cima. Deixando para a parte mais baixa os de embalagem maior, como as de salgadinhos.
O lojista ainda pode disponibilizar expositores por toda a loja, conforme a conveniência dos produtos. A sugestão é aproveitar os setores com itens essenciais e mesclar com pequenas ofertas de indulgências.
Também é interessante priorizar as áreas mais próximas às saídas. Nesses pontos, o consumidor já começa a relaxar, pois está perto de encerrar a compra. Logo, a chance de se efetivar uma compra por impulso é maior.
Reforçando os indulgentes saudáveis
Mais uma sugestão é reforçar a disposição dos itens que possuem algum componente mais saudável. Além de dar preferência, convém deixar em destaque. O varejo pode aproveitar o material de divulgação preparado por marcas e fornecedores, mas ainda criar o seu próprio marketing, com artes e cartazes que ressaltem que, naquele local, os consumidores encontram saúde e bem-estar.
É importante ainda aproveitar aspectos inerentes à localização do estabelecimento. Se o ponto de venda fica próximo a academias e áreas voltadas à atividade física, vale apostar na valorização de barras de cereais, isotônicos e chocolates com percentual de cacau mais alto. Perto de escolas e faculdades, pratos pré-prontos, sucos e sobremesas costumam ter boa saída.
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