
Ao que tudo indica, ou melhor, ao que os indicadores mostram, o setor da construção civil não se abalou tanto com a crise gerada pela pandemia do coronavírus. Bom para o varejo de material de construção, que também é visto com boas perspectivas para 2021.
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) tem a expectativa de que o faturamento do setor cresça 4% este ano. No último mês de dezembro, a alta foi de 15,7% na comparação anual e variação negativa de 1,1% em relação ao mês anterior.
Resultado que veio se ampliando de forma exponencial desde o mês anterior. Em novembro, o segmento apresentou faturamento 11,5% maior que em outubro.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) também projeta um ótimo desempenho para a construção civil, podendo este ser o maior crescimento para o setor em oito anos, quando o crescimento registrado foi de 4,5%.
Atenção para os preços
Apesar do otimismo, em contrapartida os preços dos produtos podem sofrer uma grande variação e acabar prejudicando a recuperação rápida do setor por causa da alta nos preços das matérias primas e por causa do desabastecimento de alguns insumos.
A Cbic considerou que o custo de materiais e equipamentos dentro do Índice Nacional da Construção Civil (INCC) – responsável por medir a inflação no setor -, registrou alta de 17,72% de janeiro a novembro. É a maior alta desde o Plano Real.
Já os preços dos insumos como cimento, cabos de aço e tubos de PVC dispararam ainda no primeiro semestre de 2020, subindo em média até 2,75% no final de janeiro a maio.
Um olhar sobre a pandemia
Para ter a ideia de um ano melhor para o setor, é preciso analisar o cenário em plena pandemia. O setor da construção realmente teve um recuo ao final de 2020. Mas, ao que parece, não foi tão prejudicial assim.
A previsão inicial, no começo da pandemia, era de um recuo de até 11% no PIB do setor. Mas ao final, o que se viu foi uma queda de 2,8% e a criação de 138,4 mil postos de trabalho no acumulado até outubro.
No terceiro trimestre, houve avanço de 5,6% em relação ao trimestre anterior. O mercado então mantém as boas expectativas para crescimento do setor, impulsionado também pelas vendas de materiais de construção.
Mercado 2021
O mercado de material de construção segue aquecido em 2021, com planos de crescimento em torno de 6% a 8%. Essa é a previsão do Cláudio Conz, presidente do Sincomaco – Sindicato do Comércio Atacadista, Importador, Exportador e Distribuidor de Material de Construção e de Material Elétrico no Estado de São Paulo.
Para ele, a pandemia trouxe um novo significado das pessoas em relação à moradia, pois com mais tempo em casa o olhar passou a ser mais focado nas melhorias e reformas que antes já eram necessárias, mas não prioritárias.
“É em casa que as pessoas tiram as máscaras, se sentem confortáveis e esse momento da casa passou a ter um valor enorme. Aquela rachadura que sempre existiu, passou a ser notada com frequência e o reparo foi feito. A cerâmica depois de tanto tempo foi trocada. Essas questões ajudaram o setor em 2020 e segue este ano”, disse Cláudio.
Ainda de acordo com Conz, para sobreviver ao mercado é preciso ser competitivo, é preciso ser melhor do que era e melhor do que o concorrente. A aposta para 2021 é a venda assistida nas lojas de materiais de construção.
“A conversão de venda é de 90% apenas por uma abordagem simpática, adequada. Outro dado é que 25% das reclamações estão relacionadas a falta desse atendimento, que o cliente não recebeu a assistência presencial. Entrou na loja, tem que comprar, essa é a regra”.
Redes sociais e relacionamento
A presença nas redes sociais também é uma aposta para 2021. Segundo Cláudio, no Google, a palavra material de construção é a quinta mais pesquisada. Além disso, loja de material de construção aparece na 56ª posição, o que mostra a relevância da pesquisa pelo setor na internet”.
Ele também destaca o uso de plataforma de reuniões de vídeo para desburocratizar os processos da loja e ganhar tempo. Por exemplo: reuniões com fornecedores, com equipe comercial, entre outras. Com isso, sobra mais tempo para focar nas vendas, no faturamento.
Outras dicas do presidente do Sincomaco é estreitar o relacionamento com os atacadistas, ter estoque sempre abastecido para não deixar o cliente na mão, reduzir os prazos de compras e com isso ganhar melhores preços nas negociações, e elasticidade nos preços.
“Pegue os 10 produtos mais vendidos no dia anterior e faça uma elasticidade no preço, tipo R$ 0,20 pra cima, R$ 0,50 acima ou até R$ 1,00. Faça isso diariamente e no fim do ano dá um incremento na margem de lucro apenas ajustando centavos”.
Pra fechar, Cláudio destaca que há 70 milhões de casas e apartamentos que necessitam de manutenção e 220 milhões de consumidores no país, ou seja, os números mostram que o mercado deve seguir aquecido, mas para sobreviver o varejista precisa se preparar!
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