
Desde o início do isolamento social, o Brasil abriu mais de uma loja virtual por minuto. Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), entre 23 de março e 31 de maio, foram 107 mil novos estabelecimentos criados na internet para a venda dos mais diferentes produtos, como alimentos, bebidas, roupas, calçados e produtos de limpeza.
Essa foi a forma que os empreendedores encontraram para tentar minimizar os impactos causados pela crise, que tem levado à queda de faturamento em diversos setores. Ainda segundo o Abcom, antes da quarentena a média de abertura de loja virtual era de 10 mil estabelecimentos por mês.
O presidente da associação, Maurício Salvador, contou que os setores que lideraram o ranking de novos sites na internet foram moda, alimentos e serviços. “Esse é o legado positivo de toda situação negativa que estamos vivendo”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Para Maurício, o isolamento social acelerou a abertura de loja virtual, bem como trouxe novos consumidores para o comércio eletrônico. A estimativa era ganhar 3 milhões de clientes para as vendas online até o fim deste ano. Mas, só durante a quarentena, foram 2 milhões de novos consumidores que até então nunca tinham feito nenhuma transação pela internet.
Essa evolução dos números aumentou em 40% as vendas online no período, segundo a Abcomm, que também acredita que para as empresas a expansão foi uma saída para, ao menos, bancar as despesas fixas. Com a estrutura física fechada, muitos negócios tiveram de correr para colocar de pé um negócio e assim manter algum faturamento.
Comércio eletrônico mundial
O isolamento social tem sido propício para o crescimento do comércio eletrônico em todo o mundo. Alguns setores registraram um crescimento de três dígitos na comparação anual, de acordo com uma análise da ACI Worldwide. O levantamento aponta que o crescimento geral das transações de varejo foi de 81% em maio, em comparação com o mesmo período do ano passado.
A alta foi impulsionada principalmente por roupas esportivas e artigos esportivos (216%), varejo específico para utilidades domésticas e materiais de bricolagem (190%) e jogos (84%). Ainda falando em jogos, as compras desses itens aumentaram 126% em relação ao ano anterior em abril. Em relação aos eletrônicos, o crescimento foi de 32% no mês passado, depois de terem aumentado mais de 55% em abril.
Em relação aos setores mais impactados negativamente, a pesquisa apontou que os mesmos apresentaram uma leve recuperação em maio: as viagens caíram 91% em abril, enquanto em maio melhoraram ligeiramente para 73%, abaixo do mesmo período do ano passado.
A análise da ACI também aponta ainda que houve aumento de 23% no volume transacional do comércio eletrônico em maio de 2020, comparado a maio de 2019 (um pouco abaixo do aumento de 23,5% em abril). Os setores que apresentaram crescimento significativo em maio (comparado a maio de 2019) incluíram:
- jogos: + 84% (+ 126% em abril),
- varejo geral: + 190,2% (+ 209% em abril),
- joias: + 190,8% (+136,9 % em abril),
- roupas esportivas: + 216,3% (+ 114% em abril)
- eletrônicos: + 32,2% (+ 55,5% em abril)
Os itens de escritório em casa, incluindo monitores, fones de ouvido, webcams e dispositivos de conectividade à Internet, representaram 10% de todas as compras de eletrônicos em maio, ante uma alta de 15% em março e 14% em abril.
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