Mesmo sendo uma forte tendência no varejo, a digitalização em farmácias ainda é uma realidade distante para alguns empreendedores. De acordo com o Instituto de Pesquisa Axxus, 83% das farmácias independentes brasileiras sequer fazem anúncio em redes sociais.

Porém, 91% recebem pedidos de delivery pelo WhatsApp. Das mais de 85 mil farmácias ativas no Brasil, 61,3% são consideradas independentes. Isso significa que em torno de 52 mil estabelecimentos não se vinculam a redes associativistas ou corporativas.

Entre esse público, o Instituto Axxus, que é uma startup ligada à Unicamp, ouviu presencialmente proprietários em todo o país.

Sem informação qualificada

Conforme o levantamento, apenas 1% das lojas analisadas utilizam um sistema informatizado para definir descontos. Para 99%, a decisão é tomada pelo atendente. Além disso, 99,5% não têm programa de fidelidade, 86% registram faltas manualmente e 95% não integram o sistema do distribuidor.

A pesquisa também aponta que 92% não utilizam plataforma de marketplace e 99% não têm sistema para cotação das compras. Para o presidente do instituto, Rodnei Domingues, os dados preocupam, pois essas empresas podem não sobreviver ao mercado atual.

“O resultado surpreendeu, mostrando que esse agrupamento tem muito a desenvolver para poder competir em iguais condições com os concorrentes. Os resultados apurados pela pesquisa apontam a necessidade de evolução digital desses estabelecimentos, para que possam garantir a continuidade dos negócios.”

Delivery X digitalização em farmácias

Apesar do distanciamento tecnológico, a digitalização em farmácias está presente no delivery. Em 92%, o serviço é prestado com entregador próprio, mas 9 em cada 10 usam o WhatsApp no atendimento.

O serviço de delivery ganhou força com a pandemia de Covid-19. Conforme a Associação Brasileira da Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), os pedidos de entrega aumentaram 72% nas farmácias apenas nos quatro primeiros de 2020. A entidade é a Associação Brasileira da Redes de Farmácias e Drogarias.

Entretanto, esse tipo de suporte ao cliente só tende a crescer. Outra pesquisa feita pela própria Abrafarma mostra o delivery como tendência para os próximos anos. Aliás, o levantamento também aponta para a necessidade da digitalização em farmácias. Atualmente, compras, consultas e suporte ao autocuidado integram o pacote de serviços do setor.

Pesquisador da Fundação Getúlio Vargas em assuntos de Varejo, Olegário Araújo alerta: “cabe relembrar que a tecnologia é um meio para atender as necessidades e desejos dos clientes. É fundamental colocar o seu cliente no centro das decisões e saber e entender o que é realmente importante para ele”, observa.

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