
A pandemia da Covid-19 afetou sistematicamente diversos setores da economia mundial. Porém, no Brasil, alguns setores conseguiram resultados positivos mesmo diante de um cenário econômico desfavorável, com cidades em isolamento social, empresas fechadas e comerciantes quebrando a cabeça para manter as portas abertas. É o caso do comércio varejista.
Depois de recuos indicativos em março e abril, causados principalmente pelo início do isolamento social em alguns municípios, o comércio varejista brasileiro registrou quatro altas consecutivas.
Julho e agosto
Entre os meses de julho e agosto, o setor bateu recorde de volume de vendas, com aumento de 3,4% em negócios, maior patamar histórico da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), iniciada em 2000. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O varejo em abril teve o pior momento, com o indicador se situando 18,7% abaixo do nível de fevereiro, período pré-pandemia. Esses números foram sendo rebatidos nos meses seguintes, até que em agosto o setor ficou 8,2% acima de fevereiro”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Ainda segundo o instituto, das oito atividades do comércio varejista, cinco tiveram alta. Destaque ficou com mercado de tecidos, vestuário e calçados, que tiveram um crescimento de 30,5%. Outros artigos de uso pessoal e doméstico cresceram 10,4%, enquanto móveis e eletrodomésticos, 4,6%. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação 1,5% e combustíveis e lubrificantes 1,3%.
O setor varejista também registrou altas de 5,6% na média móvel trimestral, de 6,1% na comparação com agosto de 2019 e de 0,5% em 12 meses. No acumulado do ano, no entanto, teve queda de 0,9%.
Salgo negativo comércio varejista
Por outro lado, três segmentos tiveram saldo negativo no período. Quem mais sofreu perdas foram jornais, revistas e papelarias, com 27,7%. Enquanto hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo recuaram 2,2%. E o segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos, 1,2%.
“Os produtos de supermercados têm uma elasticidade alta, um arroz mais caro é substituído por outro mais barato, mas o consumidor continua comprando. Os supermercados continuam próximos da margem, mesmo em queda, não sentem tanta diferença quanto em outras atividades”, explicou Cristiano Santos.
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Dados ampliados
Se incluirmos os setores de materiais de construção e veículos/peças, o crescimento foi ainda maior, com 4,6% mais vendas em agosto comparando com julho, com altas nos materiais de construção de 3,6%e nos veículos, motos e peças de 8,8%.
O varejo ampliado também cresceu 7,6% na média móvel trimestral e 3,9% na comparação com agosto do ano passado. Mas teve perdas de 5% no acumulado do ano e de 1,7% no acumulado de 12 meses.
A receita nominal do varejo teve altas de 3,9% na comparação com julho deste ano. De 10,1% na comparação com agosto de 2019, de 2,4% no acumulado do ano. E de 3,4% no acumulado de 12 meses.
Já a receita do varejo ampliado teve altas de 5,2% se comparado com o mês anterior, de 7,7% em relação a agosto do ano passado e de 1% em 12 meses. Mas teve queda de 1,8% no acumulado do ano.
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