
O que é essencial e deveria ser indispensável na mesa da família brasileira também figura entre os alimentos mais desperdiçados no país. Um projeto da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com os “Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil” mostrou que o arroz, feijão e carnes são os itens que os brasileiros mais jogam fora.
O estudo, que também teve o apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi feito com mais de 1,7 mil famílias de todas as classes e em todas as regiões brasileiras. De acordo com a pesquisa, entre os alimentos mais desperdiçados estão o arroz (22%), a carne bovina (20%), feijão (16%) e frango (15%).
“A família brasileira desperdiça, em quantidade relativamente grande, até mesmo alimentos mais caros e proteicos, tais como carne bovina e frango, um dado que nos surpreendeu”, comentou o professor de marketing da FGV, Carlos Eduardo Lourenço.
Causas
A busca pelo sabor e a preferência pela abundância dos consumidores são as principais causas de desperdício e, além disso, foi analisado que o não aproveitamento das sobras das refeições influência o descarte de arroz e feijão.
A pesquisa ainda mostrou que 61% das famílias entrevistadas alegaram fazer uma grande compra mensal de alimentos, o que acaba resultando na compra de produtos desnecessários. Consequentemente, no desperdício.
“Os europeus ficaram impressionados com a quantidade dos alimentos adquiridos pelos brasileiros. As compras informadas como semanais, alimentariam a família por cerca de um mês. Nas lojas de conveniência, onde normalmente se adquire poucos volumes, os carrinhos utilizados eram enormes e enchiam-se com facilidade”, comentou Lourenço.
Cerca 43% dos entrevistados informaram que “os conhecidos jogam comida fora regularmente”, mas quando questionados sobre o próprio comportamento em casa a questão não é tão problematizada.
O que fazer?
De acordo com analista da Embrapa, Gustavo Porpino, é preciso que o país atue em diferentes frentes da cadeia para evitar perdas e desperdícios de alimentos, seja por meio de ações de comunicação ou até mesmo educação nutricional dos consumidores, a fim de conscientizá-los sobre a importância da reutilização de alimentos ou do consumo de produtos apenas essenciais à alimentação familiar.
Também destacou que é essencial voltar os investimentos em tecnologias e capacitações técnicas para redução de perdas de alimentos no campo a partir de iniciativas como a Estratégia Nacional de Combate às Perdas e ao Desperdício de Alimentos, cujo projeto foi aprovado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). “Há uma forte premissa de que também é preciso atuar diretamente com o consumidor final”, finalizou.
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